os livros escoltam o sono
encostam qual cachorro
fingindo que as costelas
esfregadas na perna alheia
são sem querer, o dono sabe
mas finge que não, prefere
ver até onde vai a carência
os livros são cachorros mudos
o frio invadindo pela janela
é tão desejado quanto o golpe
de misericórdia sob a forma de
último suspiro, dos sons da rua calados
o que não é o quarto calado
o lirismo dos nomes calado
os livros escoltam o sono sem dizer patavina
como se carregando um caixão pelas alças
desenganados fumegantes ainda
mantidos acordados pelo frio que vem da janela
1) Há 14 anos, eu estava entre os destinatários de um email que relatava
uma traição conjugal. A traição e o email foram descobertos. O casal em
questão se...
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