sexta-feira, 7 de outubro de 2011

fragmentos de martina


noite estourou
como quando uma cabeça estoura
com ares de melancia
por cima dos prédios
escorrendo, pregando no tato
de quem se escora nas paredes

à noite estourou a cabeça, própria
séria como um alvo
como um bocejo lá embaixo
respingada do miolo mole da noite 
mancha alguns sapatos
de quem, se escorando,
se empertigando,
se esgoelando pra chamar atenção do ônibus que não pára

e a noite espirrou
fria na espinha feita um grito
de um celular no sexo
pr'afastar o acre d'um beijo amanhecido
espocou

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