segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Ata crepuscular

à porta falsa, labirinto em Creta
refulge o breu pela espada em punho
tilinta inábil em afugentar dez garças
como poleiro jônicas cornijas
de suas asas curiosas verem
do lento farfalhar no elmo atrida
de brancas penas o reflexo abaulado
que rachará, decerto vulnerável
às garras do monstro - cujo leito,
por ósseos mantos recoberto, fixo
no centro ausente da cidade falsa
cumpre esgarçar -: espada direita
indômita, a esquerda tingida rósea
culpa é da cor de carne do novelo
em cuja lã o enlace desespera
dos dedos ávidos por cordas, vítimas
sete crias de Atena, a preferida
quatorze gentes macho e fêmea encarcerados
sandália acerta pedras veemente
infiltrado sob a fresta impostora

calabouço de vontade impostora,
o muro externo esboça recusa
pela impaciência ataviado
prestes amanhecer Teseu aguarda.

Um comentário:

Ferdi disse...

Então, eu acho que alguém devia voltar a me deixar babando :)