segunda-feira, 13 de setembro de 2010

o meu corpo que não dorme
tem que ser diferente do que trabalha 
e toma ônibus

enquanto o meu corpo jazeria 
o dia inteiro, o resto da vida
na cama, levanto poeira com 
impensadamente sair andando
no meio de um sonho senão
me atrasaria para a aula

o corpo que não dorme estendido 
na calçada, a multidão ignorando,
é o mesmo que passa a noite
digitando sei lá o quê
visualizando sei lá o qual
preparando sei lá o onde

esse corpo chega perto de acordar
tão perto quanto o sono o não prende
meus dedos o computador represou
e meus olhos alguém levou embora

se sobrei alguma coisa sou migalha
de pixel insone

preciso parar
antes que o tempo me atropele

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