rufem os tambores, o homem-bala-de-canhão prepara um vôo sobre a platéia
o alvo é a rede de proteção, localizada ao fundo da lona
a propulsão pode aplicar força demais nos pés dele
aí nem o capacete dá conta, e saia da frente quem estiver na frente
a complicação são esses dois aros em chamas, no meio do caminho
e calcular o lançamento pra não acontecer o que aconteceu ao último
homem-bala-de-canhão, que deixou orifício ainda não remendado na lona
quase em cima da arquibancada, passou reto destinado a pousar
uns bons cem metros fora do perímetro a milímetros do cacto que
lacerou o macacão, azul estrelado reaproveitável pelo novo
cuja próxima façanha pretendem que seja planar sobre sem atingir os tetos
de oitenta e três carros compactos, intrepidamente
longa duração, sem proteção
homem-bala-de-canhão, voa mais alto que um avião.
“Tudo é cômico”, diz Thomas Bernhard numa entrevista de 1976, na qual é
perguntado se há diferença entre o tom das peças que escrevia e o tom de
suas respe...
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