um rato silente, monástico de modos
emborcou um contêiner com estardalhaço
espalhou cheio de lixo sua busca copista
em detrimento de detritos, atrás de comida
e de uma dimensão menos confiável da sua tarefa
roeu o fundo do contêiner raspou tanto
degradou a junção da rodinha de metal
com o contêiner em si
corrompeu o claustro numa missão
solitariamente
a busca que o encapsularia de vez
o contêiner emborcou e mesmo com todas
as cascas de alimento a disposição
não se embriagou na glutonice
nem se resignou a ter perdido o fundo
que raspava, quiçá procurando um alçapão
que o escondesse de vez
agora presença escancarada
a céu aberto, a vista de todos que perscrutavam
o estrondo do metal raspando o asfalto
indagando tesouros ocultos lixo adentro
envergonhado de fracasso ignorante de outros esconderijos
por perto optou pelo esgoto, cansado de roer
aliás, aposentou-se como impostor
declarado de sua antiga personalidade
Uma performance – Doechii no Tiny Desk Concert (aqui). Um filme simpático –
Daaaaaali!, Quentin Dupieux. Um filme sádico – o primeiro Speak no Evil,
Christ...
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