segunda-feira, 29 de junho de 2009

El Rulfo

Na superfície mais áspera um poço
Despe suas entranhas de miragem
Fruto e raíz do eco
Oferta-se ao que reverbere em sacrifício
Designa às rugas de sua origem que
Dobrem à chegada de qualquer transeunte:
Raros intangibilizam o poço
São incapazes de extraí-lo
De por entre os espinhos

Um poço do avesso gritando ensurdece
Os que propectá-lo almejam

terça-feira, 23 de junho de 2009

Querosene e circo

Não coincidem no subjuntivo
Ao caírem das prateleiras exsudando
Dissensão lancinante gradual
Como a transpiração porque comungam

Arfantes

Diferem por membrana retrátil ao toque
Uma janela que cavaram e esqueceram

Aberta

Os separa dos diversos nós que os jungem
À distância de um banco

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Observação das pontes

Marcham contrafeitos
Arregaçam a manga orbes predispostas
Queimando carne assinalada
A desvelar renitententes antecessores
Puxam de si para si altivas quedas
Absortas celebram-nas
Ignorantes tanto da extensão da contratura
Quanto do alívio da presença inopinadamente

Ajuste fractálico de objetiva
Primazia expressão em detrimento do enunciado
Conforme um acorde ribomba e perpassa
( soleira, marco, moldura, rodapé, poço)
As cavidades do contorno do corpo
Arroga de si para si descarnada insolência inaudita
A indispô-lo contra as bordas da existência contratual
Ou não abjura as cavilações antigas a tremeluzir

Dissonante anacrônico rasga tecidos
Em garimpo pertinaz
Engasta-lhe arranha céu subcutâneo ajustando
Em origem as premissas
(fantasmal se abstem do foco
eludindo-as não demarcado)

Colocar em causa enquadra
(premeditando necessidades)
Plurificando descaindo em cascatas de
Mercúrio sobre frigideiras almejadas pelos antigos
Arredios irresolutas em arcabouço lesivo
Insurrecto exemplo de comedimento por linhas tortas

Urdem condições ao conjecturar contra
Avalizam totalizantes
pombálicos adejam a arrostar junções
Afastá-las da ausência cuja altivez
Congrega um círculo em volta de um totem
A bombordo, um menhir, promontório qualquer abriga
Ventos que se alastram órfãos
À deriva uma gruta e seu céu da boca a perfurar
A terra e buscando fugir
Túneis e barris adiante fechando o caminho cujos trilhos randômicos
Por desconhecerem dão anuência

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Conspurcados impontilham-na

Manhã fria e corredor
O céu transparente enxergara
As paredes se estreitando
Para atingir a linha

De partida, congraçam-se tácitas
Contraindo cada poro
Ante o azul incólume
O tango prenuncia
A interpelação dos ventos

Confinadas ao regime
Esquálidas em rota de colisão
Descarnando-se impudicas
Arrebatamento mal-contido
Consuma o espaço, a ausência
As impele ao que o céu antevira

terça-feira, 16 de junho de 2009

Legai aos nichos luz carnívora

(Crusado final)
Desfere o último
Beijo mais vasto

Continental desborda
Travejamento ao prescindir de rigor mortis
Cujos suspiros (alagando cada
sombra em horda bastante, reduzidas
proscritas de famosas antigas
elocubrações)
Fraquejam perante

Estigmado obnublia-os
O velho sestro (com listras)
Horizontal
Inclinado{s} para a direita
Esferas o{s} perfuram (, irradiam
centro,)
Exclusivos em aventar hesitante arbítrio
Díspar (resolvido a diluir)
Dispõe seus asseclas em
triângulo por sob a
Pele dos canhões
(Foge)m (de seus assovios)

domingo, 14 de junho de 2009

Folksgeist

Mínimo nunca é menos
Do máximo
Que o ínfimo

Fraternal

Módulos em caixas
Com divisórias
Por dentro dos compartimentos

Elegia a Netuno

Torpedeia faringe alheia
A R$ 3
O maço

Revista à tropa

Garrafas
Aos montes soterram
Os últimos

Luminária

Abelha rainha infunde
Na geléia cósmica
Clones - inférteis seminais

SP a americanicenses

Soerguei a muito poucos
Sufocai aos poucos muitos

Anti-ferrugem em bolhas

Assonância deflora numerários
Cujo esteio predispõe
A favor e encontra
Na vastidão ínfima de reserva
Industriosa sob disfarce
Botões e migalhas
Com direito a riscos na imagem

Partem não à deriva
Irrompem, como lava,
Em alguma superfície
Afetando dissonâncias
Como vespas de um enxame sob fogo

Crusado real lança
Ao último beijo, menos ansiado
Cães em volta não encontram
O velho cheiro, ainda que aos borbotões
Lancem mão daquele lastro

sábado, 13 de junho de 2009

O Volga liquefaz apesar das balsas

Salivas desmoronam em castelos fugidios
Comprimidas não exíguas
Vasculhadores do céu
Não sabem da lua, mas da órbita habitada
Colonizam-na esparsos soldados
Soldados perfilados em ferradura
White caps entrechocam
Campal eterna prescinde de arbítrio
Auréolas revoltas encarapitam
Dor estridente as perpassa
Equilibrando bandejas
Continentes orbitais
Clamam por tensão que dissipe a dualidade
Compulsam arquivos
Trauteando ao buscar posição exata do nó
Que ata uma a outra
Em posição marcham sobre teias
Visíveis porque ancestrais translatórias
Contraerigem a despeito da terceira pessoa freudiana
Confabula-se sobre destino incomensurável
Uma vez dissociados
Distorcem o imediato entorno
Evocando a seu favor terem consubstanciado
A conjuntura mesma
Massa informe inerte unânime viva pulsa
Retorce em dor alívio silêncio
Enquanto acende um cigarro

terça-feira, 9 de junho de 2009

Salmoura

Giz cinza pelas frestas
Se alastra como fios
De assalto toma-as
Quão precisas as portas
Interpela em quiálteras
De par em par
Tochas e ancinhos são cortinas
Não interrompem
Na categoria de elefantes
Vence alpes não morre
À míngua nos pântanos
A salvo à margem sextina-se
Pulula a esmo sabedor
De ambas as direções de cada reentrância
Por ínfimas mais berrantes
Holofotes velhos cuja luz
Vermelha escorre subretícia
Dissemina solene sustido pelas ventas
Por horda de mosquitos capilar

sábado, 6 de junho de 2009

Ode Cabralina

O mundo é uma frase incompleta
Entrecortada por vírgulas
, Despojadas de seu sentido primevo,
Que pairando sobre nossas cabeças
De por si assombradas
Desavisam-nos de que
O mundo é uma frase
E vice-versa

Revolução,

Cansadas de subordinar
Armadas de travessões
Antepuseram o sujeito a análise
Desprovidas de predicados
Aposto que perderam

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Siderurgia

Tornado maciço introspectivo
Em seu olho
Pilhas acabrunhadas de caixas
Baixa-mar a galés perpétuas
Silo para os ventos cujas cônicas farpas

Vagas alçapão
Obstam rodopiam chamam
zumbindo retorcem
retrocedem

quarta-feira, 3 de junho de 2009

ALERTA AOS INCAUTOS

Qualquer pontuação aqui utilizada é feita sob estrita vigilância e não está errada. Não a corrijam.

Miraceti

À deriva, um dia sucede
o sonho
Onírico filtra a luz do sol
Terráqueo lupina uivante

terça-feira, 2 de junho de 2009

Ramificações

Wannabe funâmbulas
Decisões escapam de por entre os dedos
Já livres, tombam prostradas
Vergam sob frustrações pregressas
Proliferam na inconcretude de sua possibilidade
Não lhes falta vontade ou vigor
Apenas sucumbem

Soterrado{a}s

Os planos naufragam
Em virtude de sua concepção
Esvaídos os impulsos iniciais
Consome-se o que foi aventado
Vicejam por ínfimos dias sufocam
Eivados de minúsculas irrealizadas