nada de nada
nonada
teu ouvido surdo a vísceras espalhadas na estrada
imprecação contra o deserto
e carruagem de fogo desenfreado.
nem um tiro
pelo seu ouvido só passa mel
e chiados de televisão:
chuviscos de vida interferidos
nada de nada é tudo de tudo
que a tua poltrona veda a visão
periférica da periferia
de si e do mundo
mar atroz nunca dantes navegado
por quem só ouve o melífluo
do melífluo canto das sereias
e da poltrona
aquela poltrona que já se amolda ao corpo
nada de nada se eu quero violência
e as palavras são as paredes acolchoadas dos outros
Uma performance – Doechii no Tiny Desk Concert (aqui). Um filme simpático –
Daaaaaali!, Quentin Dupieux. Um filme sádico – o primeiro Speak no Evil,
Christ...
Um comentário:
Sedentarismo literal.
Postar um comentário