nada de nada
nonada
teu ouvido surdo a vísceras espalhadas na estrada
imprecação contra o deserto
e carruagem de fogo desenfreado.
nem um tiro
pelo seu ouvido só passa mel
e chiados de televisão:
chuviscos de vida interferidos
nada de nada é tudo de tudo
que a tua poltrona veda a visão
periférica da periferia
de si e do mundo
mar atroz nunca dantes navegado
por quem só ouve o melífluo
do melífluo canto das sereias
e da poltrona
aquela poltrona que já se amolda ao corpo
nada de nada se eu quero violência
e as palavras são as paredes acolchoadas dos outros
Um ensaio – O ouriço e a raposa, Isaiah Berlin (Civilização Brasileira, 160
págs.). Outro – Pensar com as mãos, Marília Garcia (Martins Fontes, 256
págs.)....
Um comentário:
Sedentarismo literal.
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