Ônibus rapidamente convencem as pessoas
a sei lá
serem menos elas mesmas
porque apertado ali num cubículo de metal
lata de sardinha
ninguém é alguém se não for
em contato indesejado com o outro
ninguém é ninguém
e ninguém olha olhos se não forem
os de si mesmos refletidos no vidro
da janela do Ônibus que projeta rápidas
cenas de vida exterior
borradas, de que nós passageiros estamos excluídos sem rumo
é isso, não?
estamos excluídos
apertados em contato humano indecifrável
como as palavras que soltas ecoam dentro do ônibus
e não extravasam
para ser ouvidas pela vida real
ninguém é satisfeito ali em pé
esperando o próprio Ônibus
porque todo mundo é.
Uma performance – Doechii no Tiny Desk Concert (aqui). Um filme simpático –
Daaaaaali!, Quentin Dupieux. Um filme sádico – o primeiro Speak no Evil,
Christ...
2 comentários:
imersos em revistas e livros, subtraídos por fones de ouvidos, seguem sozinhos ombreados, amam-se a si, espelhados.
imersos em revistas e livros, subtraídos por fones de ouvidos, seguem sozinhos ombreados, amam-se a si, espelhados.
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