terça-feira, 24 de agosto de 2010

A mãe chamava de bagunça, 
balançar de pernas pro ar, chutando nuvens. 
O avental sujo à porta, às vezes virava de costas, 
trancava-se. 
A menina no balanço deixava a mãe, assistindo da janela 
enquanto lavava pratos, apreensiva; 
sempre podia cair bater a cabeça, 
ou um vento arrastá-la pelos ares: 
levantando-lhe o vestido, jogando seu corpinho de cabeça 
contra uma árvore. A menina conversa com pássaros 
mas disso a mãe não sabe.

2 comentários:

Érica Ferro disse...

Viver é um perigo mesmo.

Anônimo disse...

Parte de ser mãe (ou pai) é encontrar o limite correto para a liberdade dos filhos, nem que isso possa custar alguns galos na cabeça.