há tempos eu não ando na rua
pra ver se o asfalto ainda pulsa
como os olhares famintos das pessoas
avidez de movimentos
querem um catavento?
querem ver em que direção o mundo sopra?
porque eu não sei se minha casa sou eu
ou a faixa de pedestres
esqueci a calçada
e ser oblíquo sob um poste
me recolhi à ironia de um casulo
num casulo de discurso teço meu veículo
meu texto recolhido a mim mesmo é
só o que sobrou de comunicação
perdi ritmo,
pois preferi o compasso
a atravessar com o tempo a cada nota
perdi minha rua
me perdi na aldeia labiríntica de reelaborar
o que não entendem
os vendedores ambulantes agora são só meu erro de digitação
sem poesia, por tautologia reduzi
mas ganhei mil dedos mais curtos de digitar prosa.
Como cansa gostar de Morrissey. De tempos em tempos preciso lembrar que ele
continua sendo um gênio – justamente até 1987, quando sua banda se separou.
Tam...

2 comentários:
há tempos eu não ando na rua
pra ver se o asfalto ainda pulsa
há tempos os asfalto não anda em mim
pra ver se o pulso ainda pulsa
o asfalto. erro de digitação.
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