- tá vendo aquela flor ali, Bia?
- a roxa?
- essa não a outra, a mais comportada
- que outra?
- aquela branquinha ali no canto, quase escondida
- ah, tô vendo sim
- então
- que que tem ela?
- então, a primeira flor que eu pus no cabelo da mamãe foi uma daquelas
- antes das coisas acontecerem do jeito que foram?
- sim, a gente apaixonado e tudo mais
- por que você fez isso?
- porque a gente tava passando nessa exata rua e eu senti
- e aí você segurou a mão dela?
- uhum
- e por que não faz mais, papai?
os olhos baixos dele acompanham uma tosse contendo um suspiro
- deixa de pergunta difícil, querida, que senão a gente vai se atrasar
- mas você ainda queria pôr uma florzinha dessas no cabelo dela?
puxa a menina pelo braço resmungando
- sai do meio da rua, Bia, vai que algo nos atropela.
Não sei qual é o futuro da leitura na era da IA. Talvez um bom palpite a
respeito comece, como faz Joshua Rothman num artigo publicado em junho na
The New ...
5 comentários:
Faltou vontade, não oportunidade.
Você é bão, Sebastião.
Sigamos, bucaneiro.
De alguma forma incomum teu escrito me comoveu..
Pode ser pelo simples fato de eu ser Bia, ou não.
té mais
eu como sempre terminei de ler com um mega "?"
's all right... nevermind!
gostei das virgulas, though
pra variar....
O texto me encheu os olhos d'água.
ps.: Estou sabendo, sério.
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