segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Brasília II

Brasília é o céu de pernas abertas
Esperando concreto que a penetre

Virgem insólita largada no meio do deserto
Pedindo carona às tábuas de argamassa que a
defloram

Geme e rodopia sozinha, acompanhada e satisfeita
Ao som de Tom Jobim em versão maracatu
Música daquela primeira vez

Não houve dor, não houve gozo
Houve o sim da descoberta

Dos muitos que a tentaram, mas não conseguiram
Dar ainda um filho

Será que é infértil?
Não, é só uma fase e passa

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