Os pássaros de Borges voam
De uma árvore de possibilidades
São contáveis por um deus que se disponha a fazê-lo
Um homem, em suma, que ao desenhar o universo
Esteve sempre desenhando a si mesmo
Não a/há um deus
Porque não há necessidade de contar os pássaros
Desta ou de qualquer outra árvore
E cada desenho de cada universo
É pessoal e intransferivelmente não
Hierarquizado
Não pode haver Um deus pelo motivo de
Dois espelhos gerarem
Infinitos outros e dois universos
Gerarem infinitos outros que, na verdade,
São os dois originais e intocados
Que, levados a nocaute,
Se fundem.
Uma exposição – Thomas Farkas no IMS. Um disco – Lives Outgrown, Beth
Gibbons. Um livro de poemas – Blue Dream, Sabrinna Alento Mourão (Círculo
de Poemas, ...
3 comentários:
Borges não faria pássaros voarem, acho que leões sim. De mais a mais, tem aí um universo em poucos versos. Ou vários
Nem vou fingir que sei explicar como eu gostei, prefiro ler poemas e guardar para mim, mas sim, ficou muito bom.
engraçado, a caracteres da verificação ali em baixo é lama.
Explicação breve: O nome novo do blog e o nome desta poesia vêm de um conto do Borges de mesmo nome. O conto fala precisamente da existência ou não de Deus de acordo com a possibilidade ou não de se contar o número de pássaros de uma revoada. Este conto está no livro El Hacedor.
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