domingo, 25 de outubro de 2009

Man overboard

Há um farol que não vejo
Mas sei que está
Não creiam nos que dizem tê-lo visto
O facho de luz é indiscernível nesta névoa
Que encobre a costa
E põe a perder tantas fragatas

O ruído da lanterna girando oscila
Entre estibordo
E bombordo
Sabemo-nos muito perto
Das torres dos totens
Pontos esparsos ao longe:
Fogueiras

Rochas pontiagudas mordem
Os cascos com vontade
O vento a enfunar as velas
A embalar as naves
A crispar as vagas
Derruba tudo
No fervente caldo espumoso
De que não escaparemos

Um comentário:

Plas disse...

Estou vivendo em um estado de idéia fixa ou talvez seja realmente uma referência, mas isso me fez pensar em Os Lusíadas.