sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Tríptico náutico

À deriva
Pervago um oceano
De certezas

Sem terras firmes, ancoradouros
Com as velas cortadas
E amarras roídas

Ela me deixa, dizendo:
É doce morrer no mar,
Corpo às intempéries

Meu trirreme ruiu
No caminho entre Tiro
E Trípoli

Uma tempestade
Quebrou o timão
E jogou o servente

Do cesto da gávea
A culpo por não salvar
o barco ou salvar a mim

Mantendo-me aprisionado
À grande planície azul
A seu bel-prazer

6 comentários:

Katrina disse...

já pensou no caso dela não saber nadar, e por isso, não ter te salvado?

Luci disse...

haja dicionário pra compreender esse moço....

HugoCrema disse...

Sempre temo comentadores anônimos, ainda mais os que eu não conheço. Assim sendo, indago à Luci: Quem és, ó comentadora que chega, diz que não entendeu as palavras das minhas poesias e se vai para sempre?

Anônimo disse...

Tão a cara de algumas aulas de Renascimento essas referências metafóricas ao mar e às ondas. By the way, respectuflly being a pirate wannabe, I luv it.
PS: Fato engraçado, as letras que devo digitar pra postar este comentário são "toscomar". Hahahahaha

Anônimo disse...

respectfully*

Anônimo disse...

Ei, como você ousou dizer que meu comentário aqui também foi engraçadinho? Eu disse que amei o poema.

"A culpo por não salvar
o barco ou salvar a mim"
E se fosse salvar ou o barco, ou você, ou Os Lusíadas, hein?