quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Pray for the locust

Uma folha cai
Com o menor ruído
Discreta sem alarido
Como num haicai

Como nua cai
O sono a arranca da noite
A põe em outro dia

Em suspensão se esvai
Num lapso não apto, num açoite
Desmantelando harmonia

Rompe o compasso havido,
Fora-de-si, vai
Arguta subtrai-se
Tendo uma folha sido

Como lua sai
À caçada fazendo corte
Às outras em agonia

As escamas de um samurai
A espada, pecíolo comprido
Um êxtase presidido
Por um harakiri a mais

5 comentários:

Pedro Couto disse...

凄いね

Katrina disse...

Pois é, me veio uma imagem surrealista, samurais arrancando meus sonhos. Enfim, fiquei encantada, com o poema, com os demais poemas e com a pessoa que faz tudo isso, há

=*

Plas disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Plas disse...

lol@ the first message.
I'll save a prayer for the locust.

Anônimo disse...

Adorei o poema. E, er, achei fálica a referência à espada na última estrofe. Não me diga o quanto sou louca, apenas estou falando o que pensei lendo. Liberdade para os leitores.