Gente preta apertada
no útero de um vagão
de trem vai
relógio no pulso
chibata nas costas
gente aprisionada
preta
preta a pressa
preto o chão dos trilhos
ensangüentam engrenagens
sangue preto é carvão
passa o trem de hora em hora
dar de comer aos fornos
as vísceras que o tempo deixou
os restos das pessoas presas
abortadas por segundos
por centésimos de milésimos
perderam o caminho do trabalho
erraram o ponto do trem
o ponto da hora atrasou
Um romance – Autobiografia do Vermelho, Anne Carson (Ed 34, 192 págs.). Um
texto – Karl Ove Knausgaard sobre Os Irmãos Karamázov (aqui). Um filme
– Bird, A...

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