Uma exposição – Mira Schendel no Tomie Ohtake. Um livro de poesia –
Acrobata, Alice Sant’Anna (Companhia das Letras, 82 págs.). Um depoimento –
Ed Motta no...
quinta-feira, 25 de março de 2010
Quando ele me disse que eu tinha olhos de estátua grega duvidei de estar falando com a pessoa certa. Cheguei até a duvidar de por que alguém que eu conheci nesse mesmo dia estaria dentro do meu carro a essa hora fumando um baseado comigo. Conheço muita gente há muito mais tempo que ele, e não necessariamente fumo com elas no carro. Talvez eu já o conheça e tenha esquecido do rosto dele. Bem que foi meio esquisito alguém sentar na minha mesa e já saber que eu gosto de Janis Joplin e dizer que estava aqui pra cuidar de mim, que a minha complexidade na sua dava arrepios. Apesar de meio esquisita o tempo todo a tarde foi boa, banho de chuva, querendo me convencer de, se não era a pessoa certa, pelo menos a errada não era de ser e tal. O engraçado é ele tentando me convencer de que não bebe, de que baste olhar meus olhos para se viciar no improvável. Quem sabe ele não é poeta, isso explicaria ele falar desse jeito, mas não seria muito genial. Difícil confiar em promessas dessa gente.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário