uma voz transparente
golpe volumoso desferido no escuro
em que só ouço máquinas de escrever
já estava lá
ontem entre folhagens e o céu
vertical:a linha dos olhos à altura do horizonte
cigarra à espera
pássaros nos ombros
quando começa uma palavra
pneus no asfalto murmuram
portas duplas a guardam da chuva
a porta de si para outros
e a jaqueta meio velha
de observadora de pássaros
lágrima e insetos rolam por seu rosto impassível
não é estátua gárgula carranca
de noiva abandonada no altar
uma voz que é um teto de estrelas na multidão
Uma exposição – Mira Schendel no Tomie Ohtake. Um livro de poesia –
Acrobata, Alice Sant’Anna (Companhia das Letras, 82 págs.). Um depoimento –
Ed Motta no...
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