as portas trancadas
não sei por que você faz isso
consigo mesma e com as árvores
gravar na pele na casca
na casca das nuvens
com pontas das facas
cachorro qualquer
numa tarde esquecida
as portas trancadas
recusam uma vida o copo virou
a sede secou
por que você fez isso
os pombos de concreto
silhuetas abstratas cujos olhos preveêm chuva
a te desabrigar desse espaço aberto
como absortas testemunhas
a dor que carrego
sem começo é por você
sinto frio em mim é
o vento que balança seu cabelo
te embala em um sono em que você sonha com carros velozes
quando os gatos vêm lamber suas feridas
secar uma lágrima que ficou pendurada
Uma exposição – Mira Schendel no Tomie Ohtake. Um livro de poesia –
Acrobata, Alice Sant’Anna (Companhia das Letras, 82 págs.). Um depoimento –
Ed Motta no...
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