sábado, 13 de fevereiro de 2010

veio um vento e me virou do avesso
as pessoas passam e olham meus ossos
um circo já me anuncia
pássaros devoram minhas vísceras
escancaram o que tenho por dentro
do que me é interno

versos que ao contrário gritam
esperneam contra o que me ensurdece
fazem uma passeata
protestam buzinam apitam
estão à mostra e não querem o que há
buscam pássaros que rumem
para onde devo seguir
seja só
ou em paralelo a você

quero que uma presença
incorpórea que de vez em quando se materializa
me/
se/
nos decida
sem desculpas
a pedir ou dar

longe/perto
negligência/overdose
poesia/briga
jazz/rock
seu corpo não ocupa duas posições em mim

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