quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

À Ju, agradeço a inspiração renovada.

as mãos trêmulas de café
os braços firmes
o cigarro no canto da boca
carregam a ilusão em caixas
os sentimentos dentro de contêineres mal lacrados
transbordando naufrágios que não são seus
mas que obrigatoriamente devem ser escritos
levados em segurança
espatifa as próprias caixas para ver de longe
quebra um abajur holandês
que encalhou ali há mais de sessenta anos
e só quer o que não alcança
o que é miragem e que não é seu
nunca será
as pessoas no mar de concreto
e os barcos que trazem o material
à escrivaninha do estivador

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