um sinal de fumaça ao longe
habito entre um e outro
hesito
o corpo me troca comigo
como quem muda de roupa de pele de planta
meus braços indecisos pendurados num varal
ao som de um vento
pássaros pousam em palestra
antes de nascer articulo dentro do meu ventre
poeira de planos
traças nos mapas
nas fronteiras
escadas que levam a lugar nenhum
e a sótãos vazios em que piso em cacos de vidro
meus olhos se espalham abatidos
na velhice precoce espelham
as perguntas que me farão pedindo uma senha
para me deixar
se meus ex-dentes marcarem o asfalto
seu olhar já veio marcando os sulcos em meu rosto
como chuva em enxurrada de
dedos rígidos que desafinarão
são teclas velhas não seguram mais um martelo uma caneta
o espelho racha
o chão absorveu cotidiano uma lágrima
contém todos os amanheceres
os resume a uma linha vital em um monitor descontínuo
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