flutua insondável pelo céu que pergunta
e oprime esmagando com nuvens
flutua dentro da bolha por cima das cabeças
não encosta nem em si mesmo
esmaga o ar em torno
amortece tudo que atinja
querendo evitar contato
flutua a favor do vento
afastando as presenças da sua
vai desviando
vai ziguezagueando
para seguir incólume intacto insosso
inerte no fundo do céu que é um rio
que é uma banheira
que encheu para si mesmo
e em que entra sozinho
à deriva como este verso no poema
não olha nos olhos
de outras bolhas
Uma exposição – Mira Schendel no Tomie Ohtake. Um livro de poesia –
Acrobata, Alice Sant’Anna (Companhia das Letras, 82 págs.). Um depoimento –
Ed Motta no...
6 comentários:
aah, eu sei como é essa vida de bolha, você ainda parece tentar deixa-la. não recomendo.
sabe as bolhas que se acoplam, umas nas outras, sendo divididas apenas por uma fina camada perfeitamente lisa?
então, essas são as mais fáceis de estourar, tornam-se suicídas pela solidão.
eu adoro essas duas músicas dos beatles, minha relação com eles é algo meio de fases, ultimamente tenho estado numa fase Revolver haha.
ah, e nothing as it seems, do pearl, é excelente também :)
quanto ao sonho, foi inventado pelo sono, um raro privilégio lembrar dos meus, ainda mais com clareza...
talvez seja porque o habitante quer suicídio depois do contato com outras bolhas...
talvez não hê
o nome do meu violão é john, mas quase não pego nele, a coisa piorou consideravelmente depois que eu fiquei viciada em violino, instrumentos são drogas altamente alucinógenas...
o seu tem nome?
hahaha muitas perguntas...
acho que se vc lesse o outro blog ficaria com medo e não responderia (é sério)
eu estou aprendendo violino, e sou apaixonada, mas vc toca baixo elétrico ou contrabaixo mesmo? :O
o nome do seu violão é muito bom hahaha amei
penso que o habitante da bolha se torna demasiadamente sensível ao mundo exterior uma vez que faz uma abertura em sua bolha para que ela possa se acoplar a outra, ele estava bem sozinho até o momento (ou quase bem), quando de repente de enche de esperanças acerca do mundo compartilhado e da pessoa com a qual ele compartilha o seu, mas depois de um tempo se depara com a inevitável frustração de lá no fundo ser sozinho de fato e jamais poder viver a dois por inteiro.
mas talvez eu só esteja sendo pessimista, hê
Sempre ligo pra Godard perguntando qual é esse livro e ele acaba mudando de assunto sem me responder, fala do tempo, do jazz, das palavras estranhas do dicionário, mas nunca responde o tal nome do livro... <-(alucinações provenientes do sono, melhor eu ir dormir...)
eu curto essa vida isolacionista, ou não, na verdade nunca me interessei por outra, humanos me assustam.
escrever é isolacionismo sim, com certeza
qualquer dia desses eu coloco o filme de novo e tento descobrir qual é o livro, espero que dê pra ver no zoom...
ah, ele caiu do meu bolso e eu fiquei com preguiça de pegar de volta, então pode adicionar sim. haha.
que ingenuidade a minha, achei que fosse invisível só para mim mesma.
mas também não te encontro, ¿qué se passa?
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