quando o horizonte começa a mudar de cor
o vento perturba os sacos de lixo os mendigos as árvores
rabisco infiltrações na parede
jorro versos que corroem o que me delimita
o sorriso o olhar que me contigencia e define
por inércia escrevo você
o que nos separou já doeu
um céu que não é mais meu
que não mais persigo
vomita estrelas engole lâmpadas
que escurecem meus erros contigo
esclarecem: anestesia é negligência
estou debruçado numa janela
olha espreita esperando
uma resposta que una
todos os medos em um
todos os medos em mim
jurando ser mais eficaz que o resto em fazê-los desaparecer
não te troquei por nada
desejo runs high na contra-mão das vontades
não te troquei por algo
na verdade, substituí a mim.
quando o horizonte começar
terei partido
o meu fim é por aqui
Uma exposição – Mira Schendel no Tomie Ohtake. Um livro de poesia –
Acrobata, Alice Sant’Anna (Companhia das Letras, 82 págs.). Um depoimento –
Ed Motta no...
Um comentário:
lâmpadas
que escurecem meus erros
Elas não servem para iluminar? Aí que me refiro quando digo que sou obrigada a te reler.
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