it feels like Cryptozoids
Ginsberg
devo a cada segundo
não perguntei à esposa de poeta
numa cadeira de balanço num jardim
num sonho feito o ginsberg
mas vi
algo por ali
se movendo longe o suficiente
sem ser miragem sem ser sombra
mesmo sem distinguir a silhueta sei
é uma pessoa
as feições borradas pelo cansaço
pelo caminho
devo a cada segundo
devo saber
por reter
o eco dela andar na rua
mas mais vazia
do que nas outras vezes
entra numa loja
me detém e nunca aprendo seus olhos
a fumaça como um sinal do cigarro
um sinal de continuar
chove não estou seguindo
sabe aonde vou
mas mais vacila do que as outras vozes
acompanha meus passos antes de mim
pára para me dar tempo
devo estar enganado
porque devo
muito a cada segundo
Um comentário:
Os segundos borram nossas imagens até que elas se tornem vultos ou imaginação?! Devo a cada segundo. Devo muito a cada segundo. Seu adjetivo preferido: Genial.
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