encontraram um homem num museu
homem vestígio
vestido de reticências
só esqueleto e barba
os farrapos do terno
eternamente fugindo
pasta na mão, consulta
é crânio, omoplata, fêmur
é tíbia, é fóssil
tudo em atraso
vírgulas desabrigadas
fora de hora, esfarela os dedos
marca o relógio de ponto
homem pó
homem em pedra sabão
ossos à mostra no saguão
encontraram um homem num museu
pela arcada dentária em forma substantivo abstrato
sei que esse homem não sou eu
“Sei o que é quando vejo”, disse celebremente o juiz Potter Stewart sobre
pornografia. Numa passagem de O ódio pela poesia, que ganha agora edição
brasilei...
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