meus feitos de aerossol
dedos, poemas, sorrisos pulverizados
flutuam partículas de mim esbarrando em outras
como se esse momento/ esbarrar/ pudesse durar dias
em suspensão ao meu redor se precipita um mundo a parte
em que reflexos inadvertidos em espelhos mentirosos brigam com
grandes superfícies de água que também não dizem como são quem
habite quem habite o que se precipita em mim ao acaso de ver
e sonhar que vi e encontrei, que o meu pó boiando no ar
é de antes dos outros de antes de perder mal-
desenhados na areia feitos de aerossol
“Sei o que é quando vejo”, disse celebremente o juiz Potter Stewart sobre
pornografia. Numa passagem de O ódio pela poesia, que ganha agora edição
brasilei...
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