sexta-feira, 2 de abril de 2010

porque a noite
porque a silhueta na calçada oposta
porque vejo por entre os carros

a sombra se afastando não me pertence
a seus pés tudo que impedi a língua que criamos de dizer

quem matou eliseu
sons abafados no labirinto atroz

as ruas estreitas se contraem em mim
palpitam
tremulam a cada caminhão de lixo

cada voz que é presença
na praça deserta casas insones
nos bancos recostados quem como eu

nem com cigarros consegue passar
por tudo isso

de novo.

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