um homem numa cama observo
o amanhecer iminente
a lua clara atrás do céu nublado
os barulhos que são meus
poucas coisas são minhas mesmo
e o que é eu não pedi
ele escrever cada dia melhor
eu escrever cada dia menos
o que é meu
o que é outro
porque aqui deitado
posso tocar poucas coisas
o resto é vida de pessoas
lá fora
é um mundo
e eu não gosto dessa palavra
um sussurro que ouço do vento
é de quem?
a gota na torneira mal-fechada
a palmeira numa ilha deserta
é propriedade? não
madrugada em mim
o sol nascer é tão meu
quanto puder partilhar com o poema
Uma exposição – Mira Schendel no Tomie Ohtake. Um livro de poesia –
Acrobata, Alice Sant’Anna (Companhia das Letras, 82 págs.). Um depoimento –
Ed Motta no...
Nenhum comentário:
Postar um comentário