um homem numa cama observo
o amanhecer iminente
a lua clara atrás do céu nublado
os barulhos que são meus
poucas coisas são minhas mesmo
e o que é eu não pedi
ele escrever cada dia melhor
eu escrever cada dia menos
o que é meu
o que é outro
porque aqui deitado
posso tocar poucas coisas
o resto é vida de pessoas
lá fora
é um mundo
e eu não gosto dessa palavra
um sussurro que ouço do vento
é de quem?
a gota na torneira mal-fechada
a palmeira numa ilha deserta
é propriedade? não
madrugada em mim
o sol nascer é tão meu
quanto puder partilhar com o poema
Um livro – Adeus a Berlim, Christopher Isherwood (Companhia das Letras, 248
págs.). Uma montagem – Deserto, Luiz Fernando Reis. Um filme duro – Abril,
Dea ...
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