é estranho isso de insetos percorrendo o corpo
tudo dói, as costas, as juntas, a cabeça
no meio de não me reconhecer em mim mesmo
porque somos nós em amarras
mas a sensação de formiguinhas
minúsculas usar minha pele para traçar rotas
pontilhadas é insistente
perigosa como cócegas
vou pedir para elas desenharem uma ponte
e gôndolas para te navegar
se meu corpo é um continente
os braços são uma península e os dedos ilhas
um continente rodeado por arquipélagos portanto
o seu são os rios, chegando perto
no caminho contrário ao do mar
meus toques náufragos no seu rosto
querem se lançar a flutuar no sorriso que você tem
quando são eles, quais crusóes,
as formiguinhas pelo teu corpo.
Um romance – Autobiografia do Vermelho, Anne Carson (Ed 34, 192 págs.). Um
texto – Karl Ove Knausgaard sobre Os Irmãos Karamázov (aqui). Um filme
– Bird, A...

Nenhum comentário:
Postar um comentário