cumprimentos oficiais e comendas
a um guia de cegos que também
cego pregou errado tropeçando
nas cabeças de um deserto multitudinário
que um sermão sai do outro
e uma boa ação começa no seu contrário
e não o que era voz corrente
de olho por olho e dente por dente
e meio-fio no dente de quem descumprir
o desprezo do silêncio de lavadas mãos
contra a súplica verborrágica do ungido
por merda e suor do povo controlado
arrebatadas chibatas barrocas gravando
arabescos de sangue fedendo encima da pele
retroparidas as palavras
do invidente crucificado
Um livro – Adeus a Berlim, Christopher Isherwood (Companhia das Letras, 248
págs.). Uma montagem – Deserto, Luiz Fernando Reis. Um filme duro – Abril,
Dea ...
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