segunda-feira, 3 de maio de 2010

o vento caminhar contra a estrada
lamber cada reentrância
do asfalto desejando cada parada
rumores no mato, ali ele se mexe, perceba
a cerca rasgada ali

a palavra não sai da toca da boca
mas se sente, está lá
olhos à espreita

o sol se arrastar contra o vento
procurando procurando
o chão rachado do
dicionário e seus parágrafos
cabralinos como as velas brancas
que descobrem geometria na curva
da encruzilhadas

campos infindos contidos
nas entrelinhas do arame do poema

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