Uns segundos antes de desabar a chuva o vento pára, qual o fôlego de um silêncio que vem depois do tapa,
pelos exatos segundos entre assustados soluçarmos de iminência
e as primeiras gotas sulcar nossa pele
o pio de uma coruja
o chiado de um rádio
são a multidão de ecos na rua vazia
as pessoas a esmo
são faróis, iluminam a rua com sombras
farolete luz alta na névoa
somos no escuro a ponta vermelha de um cigarro
tomamos notas taquigráficas para um poema
“Sei o que é quando vejo”, disse celebremente o juiz Potter Stewart sobre
pornografia. Numa passagem de O ódio pela poesia, que ganha agora edição
brasilei...
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