Uns segundos antes de desabar a chuva o vento pára, qual o fôlego de um silêncio que vem depois do tapa,
pelos exatos segundos entre assustados soluçarmos de iminência
e as primeiras gotas sulcar nossa pele
o pio de uma coruja
o chiado de um rádio
são a multidão de ecos na rua vazia
as pessoas a esmo
são faróis, iluminam a rua com sombras
farolete luz alta na névoa
somos no escuro a ponta vermelha de um cigarro
tomamos notas taquigráficas para um poema
Hoje eu sonhei com essas grandes torres em que todas as pessoas
privilegiadas do mundo moravam juntas.
Teoricamente só existia paz e riqueza.
Mas como ...
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