a espera
ponho uma música acendo um cigarro
porque tem alguém martelando o andar de cima
o silêncio
o rádio berra beatles não dá pra escrever
e ele não pára
a janela
mente o espelho mente só a cidade lá longe é sincera
começo a discernir uma música entre toda a sonata
e pedaços de cimento que caem no chão
o pulso
firme quaternário de gente trabalhando a despeito
atrapalhando eu dormir e trabalhar
as flores
que eu ainda nem entreguei
murchando: gritam com elas
nem um aeroporto
nem um zoológico nem a caneta arranhando o papel nada se compara
minha cabeça orbita o barulho e vice-versa
à madrugada insone
tem alguém martelando o andar de cima
Um texto – Zadie Smith sobre a adolescência, Quatro Cinco Um. Um episódio
no História FM – Império Inca. Outro – Apartheid. Um romance – Contra Fogo,
Pablo...
Um comentário:
eu sempre pensei no meu pulso como binário...
tu,DUM-tu,DUM-tu,DUM-tu,DUM-tu,DUM-tu,DUM....
nice change
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