Fria seca que me arranha quando me aproximo
A luz goteja dos poros da presença e tomba
Verde
a meus pés
Corrompi o verso e entortei
A rima
Quando me deixam passar retribuo
com um sorriso amarelo e saboroso
Para mim pelo menos
Unhas que me arranhavam por dentro desistiram
Há muito interromperam a marcha
Vermelhas esbravejaram transpirando
transbordo de felicidade
E interromperam a marcha
lúgubre cinzenta com trombetas ao fundo
Todos o relinchos ressoam e
Com bramidos afugentam o que restou de mim
Estátua corcunda de por aí tombada
Manequim vencido
No qual moldo mais nada
E que com olhos tristes me fita e consome
Gosto da língua do sonho de si
Cujo gosto consumo por inteiro almejado
Gosto das pálpebras cobertas por uma camada espessa
de cobertura negra ao redor
O rosto radiante porque claro e frio
Quase distante demais, mas mais que a lua
Porque a esta toco sempre e àquele afago nunca
As mãos longas perifrásticas do corpo
Da palavra quando não escrita
E quando escrita, para mim
ou não, exulto
Ou não, reajo enfim
Quero tudo o que não tenho como as mãos que não são minhas
E o sorriso a que almejo
Aquele que transborda recusa em cada ato
Premente de aceitação como os cavalos loucos
de nietzche são que
Corre(m) sem saber porquê
Mal-traduzir o que há dentro é versejar
Porque não-traduzi-lo é versificar
E uma anti-ode qualquer destas esquinas soltas e inexistentes
Vale mais que a epopéia sonhada
Dos meus dias aflorando mal-traduzidos,
Más traduções, mas traduzidos
Assim de estalo quando vejo-lhe os dentes
Ou a boca semi-cerrada contraída quase contra-feita
Ao redor dos quais orbito
em não-rota de colisão e sem perda,
com ganho na verdade, de energia
E de vontade escritora
Não sei se agradeço, pois isso me constrange,
Ou se saio correndo sem olhar para trás
Como cansa gostar de Morrissey. De tempos em tempos preciso lembrar que ele
continua sendo um gênio – justamente até 1987, quando sua banda se separou.
Tam...

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