domingo, 22 de novembro de 2009

Légion des étrangers

Para Bubu, o maior ouvido da terra.

Meu castelo é uma miragem de um deserto a que almejo
O que me importam torres e fossos e masmorras e
pontes levadiças e cortesãs e bobos
Se a planície mais vasta me falta
Se as montanhas negras que se movem
tremeluzindo ao longe
Levam no lombo um tesouro que já é
Irrecuperável porque não cabe nas tendas
Ou no alforje que levamos
Se os poços que cavamos estão açoreados
Pelas ganâncias de inimigos invisíveis como
Dunas e subreptícios como o que não se
Desenterra se não à sombra
Quero margens alagadiças de volta
aos oásis rendados de verde
das palmeiras no centro
do centro de nada

O vento arrastou para longe o que construí
O que possessivo protegi
Me impuseram a troca à força
E pelas portas que consegui
novas reluzentes abertas
Paguei com um passado irrevogável apagado
Soterrado sob areia nula
Ubíqua destes páramos desolados

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