Todo poliglota é mau patriota
Eça de Queiroz
Fiz um pedido óbvio
Como aqueles que ouvi no rádio
Sem amendoim
Jazo portanto estendido
estirado na vertical entre
Duas mesas de madeira gasta
Olhando as luzes amarelas esmaecidas
E as moscas a circundá-las
À espreita desejosas de cópula
Vultos ao longe impregnam cheiros em mim
Que não sinto nada a não ser o
Aperto no peito e o princípio
Da falta de ar que depois
provaríamos ser
imaginativa apenas
As pontas de meus dedos estão brancas
Como se substituídas por próteses
(Só reparei agora)
em como
Com chicotadas de pano de prato
o dono
(avental barbudo suor)
espanta curiosidades de
moscas e clientes transeuntes
Deixem-no respirar
Devolve o anel do moço, exorta cortante
E quem paga a conta?
Nenhum comentário:
Postar um comentário