Este truque é dificílimo e nunca tentado no brasil. Se prepara tirando o fraque, alinhando a gravata borboleta. A cartola na mão esquerda impõe um fraseado complexo acompanhado por quase duas dezenas de olhinhos atentos. Um pai consciencioso comenta com o outro. Mágica tem a ver com enganar o interlocutor, políticos e pastores de igrejas evangélicas são muito mais mágicos que esta barba mal-feita que me cobra oitenta reais a hora, sem direito a assistente bonita.Para manter a ordem pede-se aos cardíacos, às grávidas sensibilizadas e àqueles que sofram de distúrbios de personalidade que deixem o recinto. Os adultos deixam as crianças no salão mal-iluminado e fumacento e vão para o lado de fora fumar, conchavar, falar mal dos que não estão. Envergonhado por já ter gasto tudo. Pombas em cartas em lenços amarrados em coelhos em gaiolas. Lança ao recurso menos óbvio ainda que clássico a derradeira chance de manutenção de sua reputação ante aquele exército em miniatura. Os piores críticos porque fazem o que os críticos adultos querem. Gritam, choram e falam mal sem remorsos por não conseguir produzir algo semelhante. Crianças, agora é a hora de vocês participarem do espetáculo. Deixa primeiro eu tirar essa luvas e limpar a mesa de operações. Tenho correntes extra-fortes aqui. Vou deitar sobre a mesa e você terão a chance de me prender a ela como quiserem, usando estas correntes. Depois que acabarem eu terei um minuto para me desvencilhar.
Os pais entram no salão, querem participar.
Uma exposição – Thomas Farkas no IMS. Um disco – Lives Outgrown, Beth
Gibbons. Um livro de poemas – Blue Dream, Sabrinna Alento Mourão (Círculo
de Poemas, ...
Um comentário:
Gostei da irônia, acho que os pais iriam se divertir bem mais do que os filhos
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