o silêncio devora as palavras
nas entranhas claras da noite
iluminada por postes caducos
hesitante aprisiona
apreensivo digere
dita as regras do esquecimento
sempre indeciso
sempre adiado
o silêncio apaga a silhueta dos atos
um telefone que toca na madrugada
e que ninguém lembra de atender
os contornos do som indo longe
miragem na distância que os dedos não alcançam
liberta do que prende aqui
substituindo o vivido
por prótese
a que me resignei
quando me amputaram as palavras
recolhe os pedaços que caíram
e junta fora de ordem
alinha os escombros que te formam
antes que venham ver
fazedor de quimeras que como
nuvens rumam para o sul
de que não lembras mais
absortas obcecadas em procurar
as pegadas do que foi apagado,
uma mancha nas lentes de uns óculos
não se nota, se sabe
o silêncio é uma estátua em chamas
no escuro do que foi dito
Uma série – Adolescence. Um podcast – Coisa que não edifica nem destrói.
Uma memória – Brian Burrough e a antiga Vanity Fair (aqui). Uma edição – O
ódio pe...
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