domingo, 27 de dezembro de 2009

À anfitriã

Poema escrito na magrudada na casa da Júlia às 05:32
Palavras na calada
da noite dos tempos do dia
ecoam mas não rebatem
porque ficam
porque atingem e seguem caminho
entre abismos de desprezo
indiferença e acolhida

na multidão a não esqueço
pairando sobre o que vão dizendo

palavras na calçada
correm dos postes
recorrem a cigarros que iluminam

pensamentos erráticos
e conclusões preciosas que atiro ao ar
não conseguindo segurar
nos meus dedos gastos

tocar por trás de um muro
que quero demolir
na ignorância
cinzas de não saber como agir

minha consciência é a de esperar
agir deixo para os pássaros que em gaiolas
observam de longe

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