Saio do bar sem ter como voltar para casa
segundo uns eu não devia fazer
sair sem saber
uma amiga me perguntou quantas melhores amigas eu tenho
e na sua frente
o que eu respondo numa ocasião dessa?
se não te considero uma amiga comum
o que te torna aos meus olhos inclassificável
não queria que o que digo soasse falso depois de ter bebido
ver seu sorriso, que você virtuosisticamente varia,
é sempre bom
tem o contraído que presta atenção na conversa
tem o que se escancara quando você vê alguém
que há muito não via
tem o sem graça quando eu tento olhar nos seus olhos
prestar toda a atenção te elogiar
e puxar assunto ao mesmo tempo e falho
ler a carta também é sempre bom
mas você ali
supera tudo
a presença com que eu contava
mas que ainda assim surpreende
cito de memória algo
a incapacidade de apreender a peculiaridade um do outro
Uma exposição – Mira Schendel no Tomie Ohtake. Um livro de poesia –
Acrobata, Alice Sant’Anna (Companhia das Letras, 82 págs.). Um depoimento –
Ed Motta no...
Nenhum comentário:
Postar um comentário