Me trancaram do lado de fora
Quando o despejo já não era mais um recurso válido
Sobrei com o maço de cigarros em mãos
E um sorriso perdido em algum lugar da boca
Um sorriso com que eu quis mostrar que estava bem
Mesmo tendo sido deixado para morrer
Sem saber o que é pior
Ser trancado do lado de dentro
Ou do de fora das coisas
Batem a porta infinitas vezes
E no mínimo instante antes dela fechar
Eu via tudo lá dentro
E a visão me intrigava
Como o abutre de Prometeu
A visão de
Como arruinaram minha mobília
(sofá, microondas e caneca)
Virando os cinzeiros de cabeça para baixo
Sem saber aonde me dirijo
Parto sem tentar fazer nada
Pois já não consegui abrir a porta, mesmo
Uma exposição – Thomas Farkas no IMS. Um disco – Lives Outgrown, Beth
Gibbons. Um livro de poemas – Blue Dream, Sabrinna Alento Mourão (Círculo
de Poemas, ...
Um comentário:
Sem saber o que é pior
Ser trancado do lado de dentro
Ou do de fora das coisas
Isso me lembra Virginia Woolf, ela tinha uma frase nesse sentido a qual estou com preguiça e bêbada demais para procurar agora.
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