Quero uma palavra
mas não qualquer uma porque já conheço muitas
evito que seja muito sorridente
evito que tenha um olhar que traga à tona milhares
de perguntas
uma palavra sensível que me enraiveça
por não traduzir o que sinto
e que me tome todo errado
entregando uns significados imprevistos
a quem passa e observa
quero uma palavra pra mim
que não se deteriore depois de
três meses muito intensos
uma que mantenha o significado pra sempre
mas que seja tão voraz quanto e tão escritora quanto
qualquer outra
que saiba que à luz da lua e à luz do abandono
todos os poemas foram tatuados
quero uma palavra encharcada em álcool
embalsamada por mãos antigas que entendam
que ela precisa voltar inteira
depois de tudo o que farei com ela
Uma exposição – Thomas Farkas no IMS. Um disco – Lives Outgrown, Beth
Gibbons. Um livro de poemas – Blue Dream, Sabrinna Alento Mourão (Círculo
de Poemas, ...
Um comentário:
ai, você está muito barroco!
Viva o exagero. Eu entendo e desentendo. A lua não é tão má.
Essa sua palavra, é como uma busca, é como uma música pra mim.
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