Um pilotis de aguardo
dos anseios
gavetas escancaradas vomitam papéis em branco
é o silêncio camisadeforça
maquiagem do arlequim que escorre pela caneta e inunda os quartos de onde estamos - eu e umas memórias que fogem
é o silêncio domador de ímpetos de tigres de legiões de tigres na noite sabendo
sentindo o gosto e tendo o gosto
de cada passo que seja em vão
e que as alternativas são avenida truncada de um labirinto
o edifício de não agir flutua
no precipício de não escolher flutua
na luz trêmula da manhã ainda indecisa
quanto ao princípio de calar e manter
vasos quebrados ruínas de si mais-valendo que por seu conteúdo
contém o
silêncio que é a certeza de ter dúvida
e a parede dos limites do que deveria ser feito
Uma exposição – Mira Schendel no Tomie Ohtake. Um livro de poesia –
Acrobata, Alice Sant’Anna (Companhia das Letras, 82 págs.). Um depoimento –
Ed Motta no...
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