Seus lábios são o rio de cuja profundeza insondada quero me encharcar
dizer sim à correnteza e suas súplicas e seus apelos à razão/
ceder à vertigem do abismo, que sempre leva ao ponto of no return, minhas escolhas
alea jacta est/quero entrar e morar no seu sorriso/sentir o sabor úmido de suas respostas à minha pergunta elementar
sempre volto ao lençol da água: tranqüilo na superfície/ mundo que se debate em fúria por dentro revolto
um escafandro para minha poesia
rio vermelho de batalhas sangrentas e volúpias mal disfarçadas
não sou só mais um cadáver às suas margens
Seu olhar em cada caso declinação categoria
é a tempestade das minhas águas de cabeça para baixo
afunda os barcos na areia movediça do que anseio.
Uma entrevista – Juliano Spyer e os evangélicos (aqui). Outra – Arlene
Clemesha e os judeus (aqui). Um documentário – Music Box: Yacht Rock,
Garret Price. ...