segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Dunas movediças

A chuva fina é um cobertor sobre as decisões que não tomei
atos que caíram de maduro, podres aos meus pés
agora piso, são com as minhas e todas as palavras
valem nada
são a escada com o degrau partido
ou meio-partido a rachadura estava escondida
caí de bem alto quando tentei subir
quando tentei alcançar
piso em meus próprios calos e não sinto nada
escorreguei em um vazio sem pensar
e para não pensar e para não agir
uma bolha que me joga na cara todas as misérias
de que sou culpada as minhas e as alheias
a madrugada não termina
me levem às duas da tarde
não quero ninguém na estação

3 comentários:

eloisa disse...

Confuso este, vou passar uma semana toda lendo e relendo para entender.

HugoCrema disse...

É um poema sobre tudo que não alcancei. E da tomada súbita de consciência, não alcançarei tampouco.

Plas disse...

Eu entendi e gostei muito desse aqui.